“A farra das marmitas proteicas na retaguarda da alagação: Prefeitura de Brasiléia homologa contrato de refeições gourmet para quem, mesmo?”

Enquanto a população de Brasiléia ainda sente os efeitos de uma alagação recente que deixou muitas famílias com a despensa vazia, a Prefeitura Municipal deu um passo decisivo — e curioso — em prol da alta gastronomia. Homologado em 1º de novembro, o contrato de fornecimento de refeições prontas, no estilo self-service e marmitas ricas em proteínas, parece destinado a um público muito especial… mas quem será ele? A decisão de contratar a empresa para entregar refeições completas — com um cardápio mais variado que o da maioria dos restaurantes da cidade — levanta questões.

O pregão, realizado com toda a seriedade exigida por lei, fala em refeições que incluem opções de filé, contrafilé, alcatra, frango, peixe, e até mesmo churrasco. Tudo isso regado a acompanhamentos como saladas frescas e sucos variados. Um verdadeiro banquete digno de mestre-cuca para… ah, sim, o consumo dos que fazem o cotidiano administrativo de Brasiléia, porque a população? Bom, essa ainda se vira com o básico — e, no caso das famílias afetadas pela alagação, com o quase nada.

O timing da homologação também desperta o riso e uma boa dose de incredulidade: afinal, o contrato se estende estrategicamente até o próximo mandato, garantindo que a farra das marmitas (chamemos assim, para dar o tom certo à história) esteja disponível para o futuro prefeito. Quem quer que venha a assumir o cargo, terá um legado culinário para honrar — a julgar pelo contrato, “levar Brasiléia a sério” envolve ter uma boa alimentação às custas públicas.

Para se ter ideia do esmero, cada marmitex deve ter, no mínimo, 700g de comida. E não estamos falando aqui de uma refeição qualquer: com cortes de carne de primeira qualidade e acompanhamentos selecionados, as refeições remetem a um banquete diário. A justificativa? É importante que o funcionalismo público trabalhe bem alimentado, claro. O público, que talvez se vire com o que restou depois da alagação, só pode imaginar o gostinho da quentinha de luxo sendo compartilhada por quem a pagou: a própria população.

Parece que a única coisa abundante na Prefeitura de Brasiléia não é só comida: é também o espírito de esbanjamento, num momento em que tanto poderia ter sido economizado para auxiliar as famílias que lutam para colocar algo no prato. Entre uma e outra quentinha proteica, fica a pergunta no ar: quem será que realmente se beneficia dessas contratações gourmet? E, se é para rir, que seja para não chorar.


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