Crise em Brasileia: Prefeitura atrasa salários e mergulha em desorganização administrativa
– O que há muito tempo parecia impensável voltou a acontecer:
a prefeitura de Brasileia atrasou o pagamento de salários de servidores públicos.
O episódio marca um retrocesso para o município, que há anos vinha mantendo os pagamentos em dia, mesmo com dificuldades orçamentárias. Mas agora, o caos administrativo e a má gestão vieram à tona.
Segundo denúncias, a atual gestão municipal, ao longo do período eleitoral, inflou a folha de pagamento ao contratar um número excessivo de servidores provisórios, muitos deles sem qualquer critério técnico, apenas para reforçar apoio político. Com a vitória nas urnas, vieram as cobranças: os contratados exigem seus direitos e, principalmente, o pagamento pelos dias trabalhados.
Comissionados, efetivos, seletivos e terceirizados agora enfrentam incertezas.
O atraso salarial atinge, inicialmente, apenas parte dos servidores provisórios e seletivos, mas já acende o alerta de uma possível bola de neve. Alguns caçambeiros e motoristas ainda não receberam.
A parcela do dia 10 do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), recurso que deveria ser usado para investimentos e pagamento de fornecedores, agora está sendo reservado para tentar cobrir a folha de pagamento.
A prefeitura, sem fôlego financeiro, empurra compromissos de um mês para o outro, criando uma cadeia de atrasos e instabilidade.
Pior: o atual prefeito não é novato. Ele foi vice-prefeito por oito anos e conhecia profundamente os problemas herdados. Assumiu o cargo com plena consciência dos vícios e distorções que vinham sendo alimentados na administração municipal.
Mesmo assim, nada fez para conter os excessos.
O resultado é uma gestão desorganizada, sem controle, que penaliza justamente quem mais precisa: os trabalhadores.
Servidores que dedicaram o mês inteiro ao serviço público agora enfrentam o mês seguinte sem salário e sem perspectiva. Um crime social cometido por quem tinha a obrigação de planejar e garantir o básico: o sustento dos que fazem a máquina pública funcionar.
A situação de Brasileia expõe a face perversa de uma política velha, clientelista, onde o interesse eleitoral sobrepõe-se à responsabilidade fiscal. O primeiro mês já mostrou o tamanho do problema. O temor agora é: como será o próximo?
Por – Vereadora Izabelle.