Ressurgimento do sorotipo 3 pode agravar surtos da doença no país

LOC.: O ressurgimento do sorotipo 3 da dengue no Brasil, após 17 anos sem incidência relevante, pode agravar surtos da doença no país. É o que alerta pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, em artigo publicado no Journal of Clinical Virology.

O agravamento pode ocorrer devido à população não estar imunizada contra essa linhagem e, ainda, os sorotipos 1 e 2 seguem em circulação.

Um dos autores do estudo, Maurício Lacerda Nogueira, disse à Agência Fapesp que, em meados de 2024, os casos do sorotipo 3 começaram a subir e que, hoje, é o principal agente detectado no município paulista de São José do Rio Preto. Ele explicou que uma epidemia pode acontecer quando surge um sorotipo diferente, já que ocorre o escape da imunidade anterior das pessoas.

Entre os sinais de alerta que a população deve ficar atenta estão: dor abdominal; vômitos que não cessam;  tontura; sangramentos e confusão mental. Caso apresente esses sintomas, o paciente deve procurar atendimento médico para ser orientado e receber o tratamento correto.

No último dia 22, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, se reuniu com representantes de conselhos, da sociedade civil, sindicatos, federações e outras instituições para discutir ações estratégicas e monitoramento do cenário epidemiológico da dengue em todo o país.

A reunião foi realizada na sede do Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses, em Brasília. A ministra manifestou sua preocupação de o COE estar próximo às prefeituras. Além disso, destacou que os agentes ali reunidos deveriam compartilhar o que foi debatido com vistas a combater desinformações sobre a doença.

Os riscos e a vigilância sobre o sorotipo 3 da dengue também foram focos na reunião. Os participantes reforçaram que, com a circulação dos quatro sorotipos no país, é importante intensificar as medidas de prevenção, especialmente no controle ao mosquito transmissor com algumas ações, como: eliminar focos de água parada; utilizar repelentes e instalar telas de proteção em janelas e portas.

Reportagem, Bianca Mingote.

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