Crise de combustível na Bolívia

Crise de combustível na Bolívia causa caos em Cobija e preocupa brasileiros na fronteira

 

Cobija, capital do departamento de Pando, na Bolívia, enfrenta uma grave crise de abastecimento de combustível há vários dias. Desde terça-feira, todos os postos de gasolina da cidade estão fechados, gerando caos entre a população e afetando diretamente brasileiros que vivem ou trabalham na região, próxima às cidades de Brasileia e Epitaciolândia.

Moradores relatam filas que se estendem por quilômetros em frente aos postos, com carros e motocicletas estacionados por horas, e em alguns casos dias, na tentativa de abastecer. Algumas pessoas têm levado barracas e dormido dentro dos próprios veículos para garantir lugar na espera por caminhões-tanque.

A escassez de combustível não é um problema isolado de Cobija. Segundo informações locais, todos os departamentos da Bolívia enfrentam a mesma crise, o que tem paralisado o transporte e provocado efeitos colaterais como a escassez de medicamentos e alimentos em diversas cidades.

A avenida principal da cidade, que liga Cobija à rodovia brasileira conhecida como “Republiquinha Holandesa”, está bloqueada devido ao grande número de veículos parados. O congestionamento tem prejudicado o fluxo de pessoas e mercadorias entre os países, afetando especialmente o comércio local.

Brasileiros residentes ou que trabalham na região estão preocupados com a possibilidade de fechamento da fronteira, medida cogitada por autoridades locais diante da instabilidade. Um possível fechamento traria impactos significativos, especialmente para estudantes que cruzam diariamente a fronteira para estudar no Brasil e para comerciantes que dependem da livre circulação entre os países.

Alguns brasileiros têm optado por abastecer no lado brasileiro, apesar do custo mais elevado. No entanto, essa alternativa não é acessível para a maioria da população boliviana, que já enfrenta dificuldades econômicas.

A crise teve início após o governo boliviano decidir retirar o subsídio ao preço da gasolina. Historicamente, o Estado cobre parte do custo de produção do combustível, mantendo os preços mais baixos para a população. Com o corte desse apoio financeiro, as refinarias pararam de operar, alegando que não conseguiriam manter a produção sem o subsídio.

Caso as refinarias retomem a atividade, há a possibilidade de aumento significativo no preço da gasolina, o que pode gerar ainda mais instabilidade política no país. A população já manifesta seu descontentamento com protestos em várias cidades, exigindo soluções imediatas.

A situação em Cobija ilustra o impacto humano e econômico de uma crise energética que ultrapassa as fronteiras bolivianas. A interdependência entre os países da região torna essencial uma resposta coordenada para minimizar os efeitos da escassez de combustível, especialmente em áreas de fronteira onde a vida cotidiana depende da livre circulação de pessoas e mercadorias.

Enquanto o governo boliviano busca uma solução para o impasse, a população segue em estado de alerta, com a expectativa de que uma solução seja encontrada antes que os impactos se agravem ainda mais.



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