Nos últimos dias, a gestão municipal de Brasiléia tem intensificado suas ações na busca por apoio dos servidores da Educação para as eleições que se aproximam. No entanto, a tentativa de atrair votos dos professores e demais profissionais do setor educacional tem encontrado forte resistência, já que muitos ainda lembram com amargura das mudanças legislativas recentes que resultaram na retirada de direitos fundamentais.
O Fim da Progressão Salarial: A ‘Puladinha’ que foi Eliminada
Um dos principais pontos de insatisfação entre os educadores de Brasiléia é a Lei Municipal nº 1053, de 20 de setembro de 2019. Essa legislação alterou o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais da Educação Básica, resultando na extinção da chamada “Puladinha”, um mecanismo que assegurava aos professores um incremento salarial de 10% a cada três anos. A retirada desse direito gerou revolta entre os profissionais da área, que viram sua progressão de carreira comprometida.
FGTS Extinto: Mais um Direito Cortado
Outro golpe contra os servidores municipais foi a Lei Municipal nº 1065, de 12 de dezembro de 2019, que instituiu o novo Regime Jurídico dos Servidores do município de Brasiléia. No seu artigo 5º, a lei determinou a extinção do recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos servidores do Poder Executivo, Legislativo, suas autarquias e fundações públicas. Esse corte afetou todos os trabalhadores, que perderam uma importante proteção financeira em casos de demissão.
Resistência ao Preposto Político da Atual Gestão
Diante dessas decisões que impactaram negativamente os servidores, a atual gestão tem encontrado resistência nas reuniões que vem realizando com trabalhadores da Educação. Muitos desses profissionais, que se sentiram traídos pelas mudanças impostas, criticam a tentativa de reaproximação com vistas ao pleito eleitoral. Há um sentimento generalizado de que a retirada dos direitos foi uma “apunhalada pelas costas” e que agora, sem constrangimento, os mesmos que tomaram essas decisões tentam conquistar votos.
Professores e servidores demonstram estar “vacinados” contra o que chamam de “lobos travestidos de cordeiros”, referindo-se aos políticos que hoje pedem apoio, mas foram responsáveis por medidas que consideram prejudiciais. A tentativa da atual gestão de eleger seu sucessor político tem sido vista como uma manobra desesperada para manter o controle sobre a administração municipal.
O Desafio da Educação em Brasiléia
Com o ambiente político em ebulição, os trabalhadores da Educação municipal estão atentos. Muitos afirmam que não esqueceram as perdas sofridas e que a gestão atual terá dificuldades em reverter a insatisfação gerada entre os servidores. O tema dos direitos trabalhistas promete ser um dos grandes pontos de debate nas eleições deste ano, especialmente entre aqueles que foram diretamente afetados pelas mudanças nas leis municipais.
A peregrinação de membros da atual administração, buscando votos entre aqueles que viram seus direitos serem eliminados, parece estar sendo recebida com desconfiança. A pressão nas redes sociais e nos bastidores políticos só cresce, alimentada por um desejo de mudança e por críticas à forma como a educação e os servidores municipais foram tratados nos últimos anos.
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